quarta-feira, agosto 20, 2008

ELEITORAIS TELEVISIVAS

COLOCANDO AS CARTAS NA MESA
Os marqueteiros das candidaturas de JPK e Décio Lima mostraram suas estratégias nos programas eleitorais da noite. As duas campanhas apresentaram programas diferentes dos exibidos no começo da tarde. Sabiam da audiência maior à noite e não quiseram quebrar uma suposta expectativa. Apostaram na curiosidade inicial de boa parte dos telespectadores para passarem suas mensagens e conquistarem corações e mentes dos eleitores. Cada um do seu jeito, os dois fizeram bem.

8 OU 800
De um extremo a outro. Um lado fala que Blumenau era triste até 2004 e agora tudo é bom enquanto o adversário fala que a cidade tem que voltar a ser de todos e ter dias melhores. Ou era ruim antes e bom agora ou ruim agora e bom antes.

1º ROUND
O clipe de abertura da campanha de Décio Lima foi longo, mas muito bom, na forma de uma declaração de amor a Blumenau. Buscou emocionar. Já o programa de João Paulo começou batendo, com a exibição de um comercial de 30 segundos dizendo que em 2004 “a cidade estava parada, empresas iam embora e o caos reinava na saúde”.

EXTERNAS
A campanha da Coligação Blumenau é do Povo exibiu uma matéria com uma overdose de números, bombardeando o telespectador com uma super dosagem de informação difícil de assimilar, mas que impressiona. A Coligação Faz Blumenau Mais Forte usou da competência da repórter Viviane Wagenknecht para fazer uma matéria sobre a construção da Vila Germânica e o seu impacto no turismo de eventos, pegando como gancho a Febratex.

PS
Pelo bom jornalismo, os leitores podem perceber que não me referi ao material descrito acima como reportagens e sim matéria.

EMOÇÃO X RAZÃO
Até por força do tempo maior, a coordenação de campanha de JPK explorou mais o seu candidato do que a de Décio Lima. E para aqueles que avaliam que João Paulo não tem muita desenvoltura no vídeo, como este blogueiro, quero dizer que ele esteve muito bem. Décio também aproveitou bem sua imagem, com um discurso que posso definir como “propositivo-emocional”, ou seja, apresentando propostas, mas apelando para o sentimento das pessoas. Já o candidato à reeleição apela para a racionalidade das pessoas, explorando a imagem do administrador honesto e competente.

TIROTEIO
O programa de Décio Lima alfinetou a gestão do prefeito João Paulo, mas foi a campanha de JPK que pegou mais pesado com o adversário. Além do comercial de abertura, o “quadro” “Gente que Faz” foi fundo. No entender deste blogueiro, apelativo demais. O prefeito conversando na casa de uma pessoa extremamente humilde com a maior naturalidade passou do ponto. Mas campanha é campanha.

REFLEXÃO 1
Foi apenas o primeiro dia. As duas campanhas vão mostrar suas armas ao longo dos próximos 42 dias e elas dependem muito da ação do adversário. Para mim, a propaganda da tv não pode ser decisiva para a definição do voto. Porque todos mentem, sem exceção. Não é jornalismo, é marketing. Ela é importante do ponto de uma visibilidade que possa gerar curiosidade, a ponto da pessoa buscar mais informações sobre determinado candidato.

REFLEXÃO 2
Apesar de eu pensar assim, a propaganda eleitoral, principalmente na TV, repercute aos quatro ventos e determina a agenda e o ritmo da campanha, monopolizando o debate político entre as pessoas consideradas “formadoras de opinião”.

SEM FÔLEGO
Não falei dos outros três programas porque repetiram o do começo da tarde.

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